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28 de setembro de 2014

0 “Todo dia é dia! - 01”

Existe um calendário ambiental para ressaltar a realização de ações que se fazem necessárias. Por isso achamos interessante relembrar algumas atividades que realizamos independente de qualquer calendário.

limpa oca 1Em Fevereiro do corrente ano, foi iniciada a OPERAÇÃO LIMPAOCA. Que consiste na retirada de material reciclável de áreas de manguezal. Reuniu uma força tarefa unindo biólogos da Guardiões do Mar, 13 catadores de caranguejo da ilha de Itaoca e técnicos da APA de Guapimirim e ESEC. Durante dois meses a equipe trabalhou na retirada de resíduos sólidos da área, quantificando 2.849,60 kg de lixo.


“Assim, praticamos a limpeza de litorais (rios e praias) em épocas alternativas com o propósito de contribuir para que ao menos uma porção dos manguezais da Baía esteja em melhores condições proporcionando espaço para crescimento da vegetação.” O lixo impede o Uçá de fazer tocas e/ou as obstrui. Além disso, a ação ainda gera renda alternativa para os catadores. O lixo impacta a tudo e todos!

limpa oca 2

A transformação de hábitos leva décadas. Não pode ser através de ações pontuais, mas sim, cotidianas. O consumo desordenado é a fonte de um sem-número de embalagens ou itens diversos, que somos levados a pensar que não mais precisamos. Não praticamos o reaproveitamento e poucas são as instituições que nos mostram aplicabilidades práticas para elas. O que nos leva a verdadeiras montanhas de embalagens/resíduos sólidos descartados de forma desordenada, nos mais diversos locais. Infelizmente os rios são os principais meios utilizados pela sociedade para se livrar do que não lhe serve mais. Precisamos entender que somos cidadãos do mundo.

18 de março de 2014

0 Criação de camarões é uma das maiores ameaças aos manguezais

Compartilhando.

Edição do dia 30/03/2013
30/03/2013 21h09 - Atualizado em 30/03/2013 21h09

Nossos repórteres mostram o difícil equilíbrio entre preservação e produção de alimentos.

O Jornal Nacional está exibindo esta semana uma série sobre os manguezais brasileiros. Neste sábado (30), na última reportagem, Vladimir Netto e Hélio Gonçalves mostram o difícil equilíbrio entre preservação e produção de alimentos. A criação de camarões é considerada uma das maiores ameaças a esse ecossistema.

José Canuto é pescador há mais de 30 anos, e viu a paisagem mudar. “Desse viveiro para lá era tudo mangue. Hoje em dia está tudo cortado”, diz ele.

Uma área de proteção ambiental foi criada em 1999 para preservar a natureza em 422 quilômetros quadrados no litoral sul do Rio Grande do Norte. Mas, nos últimos anos, na região, as fazendas de camarão se multiplicaram, e a maior parte dos manguezais desapareceu.

saiba mais

Muitos produtores não têm nem licença. O gestor da área diz que não consegue fiscalizar toda a região. “É uma unidade muito grande, e são poucos funcionários para monitorar e fiscalizar esses locais. Então a gente tenta monitorar vários locais. Tem locais que ficam desguarnecidos”, explica Fábio Vasconcelos Silva, gestor da APA Bomfim-Guaraíras.

São 1,2 mil hectares de viveiros que ocuparam até o Apicum, área que fica na beira do mangue. Na água, são jogadas toneladas de ração, além de produtos químicos. Depois, tudo acaba no meio ambiente.

“Quando a maré baixa é que os viveiros secam e jogam a água ruim para fora. Aí toda essa água chega numa lagoa vazia. É um impacto imenso”, conta o criador de camarão Alexandre Wainberg.

Em alguns pontos, o manguezal está sem vida. O peixe sumiu. Agora, José Canuto pedala
quilômetros para contornar as fazendas e chegar até a canoa. Depois de um dia inteiro de trabalho, ele não consegue reunir nem um quilo de peixe. “Antigamente a pessoa saía daqui com as redes todas cheias”, lembra.

Os produtores dizem que geram mais de 30 mil empregos no estado.

“São famílias que têm ali o seu sustento, a sua renda numa região com pouca oportunidade de emprego e renda”, diz Orígenes Monte Neto, presidente da Associação de Criadores de Camarão do Rio Grande do Norte.

Para Alexandre, produtor orgânico que não usa nem ração, é possível produzir e conviver bem com o manguezal. “Acho que está na hora de a gente parar um pouquinho de olhar para o passado e olhar para o futuro. Temos que definir de uma vez por todas o que pode, onde pode, onde não pode. É a falta de fazer o que já se sabe que tem que ser feito.”

O governo do Rio Grande do Norte declarou em nota que o Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do estado abriu, no fim do ano passado, um processo para realização de concurso público, que prevê a contratação de 50 novos fiscais ambientais, entre outros cargos. A nota afirma também que a função é indelegável e só pode ser exercida por funcionários públicos de carreira.

http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2013/03/criacao-de-camaroes-e-uma-das-maiores-ameacas-aos-manguezais.html

2 de fevereiro de 2014

0 Dia Mundial das Zonas Úmidas – 02/02/2014

 

As datas de cunho ambiental, servem para nos lembrar (a cada ano) de nossa responsabilidade para com os ambientes a nossa volta, sejam eles costeiros ou continentais. Além disso, temos um compromisso de disseminar informações para todo o nosso público, que é formado por diversas faixas etárias e áreas do conhecimento. Por isso, as informações contidas aqui podem ser utilizadas para trabalhos escolares, acadêmicos e/ou apenas para enriquecer o conhecimento de todos. Dependendo da época/assunto, os textos serão mais ou menos técnicos. esperamos assim contribuir para o esclarecimentos de todos.

 

Dia Mundial das Zonas Úmidas – 2-02- 2014

A legislação brasileira pertinente aos manguezais.

zonas úmidas

Para que você que esqueceu: - “As Zonas úmidas são ecossistemas de transição entre os ambientes aquáticos e os terrestres”.

“A Zona Costeira foi consagrada pela Constituição Federal de 1998 dentro de uma lista de áreas geográficas e biomas considerados como patrimônios* nacionais – art. 225, § 4o -, ao lado da Mata Atlântica, da Serra do Mar, do Pantanal Mato Grossense e da Amazônia. Tem efeito jurídico de manifestação expressa de especial interesse de toda a Nação em sua proteção, entendida esta “proteção” como obrigação vinculada de preservação e de desenvolvimento sustentável”.

Enfim, a Constituição de 1988 determinou que alguns dos mais importantes biomas e áreas geográficas do país passassem a serem objetos de uma “proteção especialíssima da ordem jurídica”.

As regras jurídicas de proteção ambiental correspondem a um valor ou serviço ambiental desempenhado por cada um dos elementos do patrimônio natural. A proteção determinada pela legislação e/ou por seus documentos de regulamentação (especialmente as Resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA) e sempre fruto de conhecimentos científicos sobre cada um dos elementos naturais, sobre suas relações e sobre a importância dos mesmos para o equilíbrio ecológico e a qualidade de vida.

As regras ambientais não surgem do nada; ao contrário, são ditadas pelo conhecimento da importância da preservação dos recursos naturais para a perpetuação da vida.

Vejamos o que fala a legislação brasileira sobre os manguezais (já escrevemos sobre sua tipologia, procure em nosso Blog

Integrante da zona costeira, o manguezal é também considerado ecossistema associado a Mata Atlântica. Assim, ele é incluído em dois dos patrimônios nacionais, a do teor do parágrafo 4o do art. 225 da Constituição Federal, que diz: “Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as atuais e futuras gerações e § 4º - A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.”

Considerando a necessidade de regulamentar o art. 2º da Lei nº 4.771, de 15/09/1965, no que concerne às Áreas de Preservação Permanente (APP);
Considerando as responsabilidades assumidas pelo Brasil por força da Convenção da Biodiversidade, de 1992, da Convenção Ramsar**,(Irã-1971) e da Convenção de Washington, de 1940, bem como os compromissos derivados da Declaração do Rio de Janeiro, de 1992; Considerando que as APPs e outros espaços territoriais especialmente protegidos, como instrumentos de relevante interesse ambiental, integram o desenvolvimento sustentável, objetivo das presentes e futuras gerações, resolve: “.... IX - manguezal: ecossistema litorâneo que ocorre em terrenos baixos, sujeitos à ação das marés, formado por vasas lodosas recentes ou arenosas, às quais se associa, predominantemente, a vegetação natural conhecida como mangue, com influência flúvio-marinha, típica de solos limosos de regiões estuarinas e com dispersão descontínua ao longo da costa brasileira, entre os estados do Amapá e Santa Catarina;
... Art. 3º Constitui Área de Preservação Permanente a área situada:
I - em faixa marginal, medida a partir do nível mais alto, em projeção horizontal, com largura mínima, de: a) 30 m, para o curso d’água com menos de 10 m de largura; b) 50 m, para o curso d’água com 10 a 50 m de largura; c) 100 m, para o curso d’água com 50 a 200 m de largura; d) 200 m, para o curso d’água com 200 a 600 m de largura;
e) 500 m, para o curso d’água com mais de 600 m de largura; II - ao redor de nascente ou olho d’água, ainda que intermitente, com raio mínimo de 50 m de tal forma que proteja, em cada caso, a bacia hidrográfica contribuinte; ... Art. 5º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogando-se a Resolução CONAMA 004, de 18 de setembro de 1985.

*Patrimônio aqui tem um sentido abrangente e não técnico jurídico de propriedade, como já pacificou o Supremo Tribunal Federal: “A norma inscrita no art. 225, §4º, da CF deve ser interpretada de modo harmonioso com o sistema jurídico consagrado pelo ordenamento fundamental, notadamente com a cláusula que, proclamada pelo art. 5º, inc. XXII, da Carta Política, garante e assegura o direito de propriedade em todas as suas projeções, inclusive aquela concernente à compensação financeira devida pelo Poder Público ao proprietário atingido por atos imputáveis à atividade estatal. O preceito consubstanciado no art.225, § 4º, da carta da república, além de não haver convertido em bens públicos os imóveis particulares abrangidos pelas florestas e pelas matas nele referidas (Mata Atlântica, Serra do Mar, Floresta Amazônica Brasileira) também não impede a utilização, pelos próprios particulares, dos recursos naturais existentes naquelas áreas que estejam sujeitas ao domínio privado, desde que observadas as prescrições legais e respeitadas as condições necessárias à preservação ambiental.”

Bens de interesse público: “Aqueles que abrangem o meio ambiente cultural e o meio ambiente natural”.

** Convenção de Ramsar: - Convenção sobre Zonas Úmidas de importância Internacional, mais conhecida como Convenção de Ramsar, é um tratado intergovernamental que estabelece marcos para ações nacionais e para a cooperação entre países com o objetivo de promover a conservação e o uso racional de zonas úmidas no mundo. Essas ações estão fundamentadas no reconhecimento, pelos países signatários da Convenção, da importância ecológica e do valor social, econômico, cultural, científico e recreativo de tais áreas.

30 de outubro de 2013

1 Carbono Azul – Ecossistemas marinhos são peça-chave no combate às mudanças climáticas

 

Depósitos de carbono ao longo das áreas costeiras em todo o globo, incluindo manguezais, bancos de gramas marinhas e marismas (que são terrenos lamosos ou alagadiços à beira do mar), vêm armazenando enormes quantidades de carbono durante séculos. E esses depósitos podem fornecer uma ferramenta imediata e de baixo custo para conter os impactos das mudanças climáticas.

Chamados de "carbono azul" por sua habilidade de sequestrar e armazenar enormes quantidades de carbono, os ecossistemas marinhos costeiros apresentam grande potencial de mitigação do clima, se forem valorados e bem manejados. Segundo os cientistas, os depósitos totais de carbono por quilômetro quadrado nesses sistemas costeiros podem ser até cinco vezes maior que o carbono armazenado nas florestas tropicais. Isso é resultado da sua capacidade de sequestrar carbono em taxas até 50 vezes superiores às florestas tropicais.

"O que temos visto é que esses três ecossistemas - manguezais, bancos de gramas marinhas e marismas - são incrivelmente eficientes em armazenar carbono no sedimento abaixo do solo por séculos a fio", afirma Emily Pidgeon, diretora do Programa Marinho de Mudanças Climáticas da Conservação Internacional. "Para nós é tão natural que os oceanos devam ser parte da solução da mudança climática, que chega a ser até surpreendente que eles não tenham sido considerados até hoje".

ATENÇÃO

Os ecossistemas costeiros estão sofrendo perdas no mundo todo, em velocidade assustadora. Aproximadamente 2% estão sendo removidos ou degradados por ano.

● 35 mil km2 de manguezais foram removidos ao redor do mundo entre 1980 e 2005, o que equivale a uma área do tamanho de Taiwan.

●35% dos manguezais do planeta dizimados ou degradados; e

● 29% dos bancos de gramas marinhas do mundo já foram perdidos ou degradados.

"A perda dos manguezais é como um golpe duplo para o nosso planeta: primeiro, porque resulta numa rápida emissão dos estoques de carbono que, em muitos casos são resultado de séculos de depósitos combinada com a perda de oportunidade de futuros sequestros de carbono por essas áreas e, em segundo, porque destrói os habitats que são críticos para a as atividades de pesca em todo o mundo”, comentou um pesquisador.

REAÇÃO MUNDIAL

Objetivando minimizar o impacto da perda de ecossistemas chaves para o equilíbrio climático* foi criado o Grupo de Trabalho Internacional para o Carbono Azul Costeiro. Ele é composto por 32 cientistas de 11 países.

Este grupo foi o passo inicial no avanço das metas científicas, políticas e de manejo da Iniciativa Carbono Azul, cujos membros fundadores incluem a Conservação Internacional (CI), a União Mundial para a Conservação da Natureza (IUCN, da sigla em inglês), e a Comissão Intergovernamental Oceanográfica (IOC) da UNESCO.

*Sem eles há liberação crescente de CO2, que é O gás em maior quantidade no aquecimento global.

Infelizmente, mesmo com a reação inicial de reversão de perda de áreas de ecossistemas costeiros, o processo de destruição deles ainda é mais veloz.

UÇA 2

 

Apesar de ser um trabalho de "formiguinha" nós do Projeto Uçá, estamos fazendo a nossa parte para ajudar dirimir este impacto.

 

 

expedição no mar 047

REVEGETAÇÃO 2

3 de outubro de 2013

0 OS FÃS DO UÇÁ PODEM GANHAR BRINDES

 

Um projeto patrocinado busca diversas formas de atingir seu público. Seja com cursos, palestras, geração de trabalho e renda e uma enorme gama de outras ações. Dentre elas destacamos a produção de brindes. Estes, além de reforçar a ideia do projeto, agrada a quem recebe e também divulga, muito merecidamente, a marca de quem realiza e acima de tudo de quem possibilita que tudo aquilo seja realizado, potencializado.
No caso do Projeto Caranguejo Uçá, os brindes, sempre fazem menção as ações do projeto (folders, informativos, panfletos,camisas, bonés, etc.) e, servem para que as pessoas que os recebem, não esqueçam da ação que participaram, ou mesmo de que preservar a Baía de AGENDAS 2014 e as CANECAS. A quem interessar possa, ao longo do mês faremos brincadeiras e promoções para distribuir àqueles que curtem nosso Trabalho, tanto no Facebook do Uçá, quanto no Facebook dos Guardiões do Mar.Guanabara e seus manguezais é dever de todos. De forma a tornar o projeto ainda mais simpático, outros tipos de brindes são pensados e confeccionados.
Depois de tudo isso, apresentamos os novos brindes do Projeto Caranguejo Uçá: CADERNOS DE NOTAS, AGENDAS 2014 e as CANECAS. A quem interessar possa, ao longo do mês faremos brincadeiras e promoções para distribuir àqueles que curtem nosso Trabalho, tanto no Facebook do Uçá, quanto no Facebook dos Guardiões do Mar.

brinde 1brinde 2 brinde 3 brinde 4

26 de julho de 2013

0 26 de julho, Dia Internacional de Proteção aos Manguezais

O Patinho Feio que na verdade é um Lindo Cisne

Caro leitor (a), como já escrevi outras quando escolhemos um dia para homenagear uma espécie ou ecossistema é por que estamos em via de perde-lo. É o caso dos manguezais...

mangue 3

Contextualização

Com o desenvolvimento humano as grandes cidades se localizaram, em todo o planeta, próximo aos corpos d´água. Não seria diferente com os mangues. Neste caso, com uma agravante, fonte de renda, pela coleta de alimento e madeira (abrigo e olarias), e ainda mais, caminho para descarte de efluentes líquidos de toda a natureza. Se acreditava erradamente de que por ele ser “feio” e com mosquitos não merecia tratamento privilegiado como outros ecossistemas.

O crescimento urbano foi mais célere que o conhecimento técnico e quando os pesquisadores conseguiram revelar ao mundo leigo a importância dos manguezais, para muitos, já estava perdido...

mangue 4Sua Importância

- Amortização e contenção do ambiente marinho com o continente;

- Regulação Térmica;

- Berçário de uma fração significativa de espécies;

- Estrutura física de parte de algumas Teias Alimentares;

- Fornecedor de matéria para pesca e coleta de moluscos e crustáceos (alimentação e comercialização da espécie humana); dentre outros atributos.

Atuais maiores inimigos

- Esgotos in natura, criação de camarões e desmatamento acelerado de sua floresta característica.

Mobilização Internacional

1980: - A Organização das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) publicou um Atlas detalhado sobre manguezais. 1/5 deles relataram, já havia sido destruído.

1998: - O ativista Hayhow foi vitimado enquanto participava de protesto junto a organizações de base e ao Greenpeace Internacional.

2004: - II Assembleia Geral Internacional da REDMANGLAR declarou o Dia Internacional de Proteção aos Ecossistemas de Manguezal.

Um pouquinho de nossa história...

Tenho um amigo, companheiro de trabalho, que levantou, a pouco tempo uma matéria interessante... É fácil lutar pelas espécies animais e ecossistemas consideradas como belas, pela arrasadora maioria das pessoas. Praias, tartarugas, baleias, golfinhos, corais, diga-se de passagem, todas extremamente merecedoras de toda a proteção e cuidado. Mas e os manguezais, histórica e esteticamente mal vistos? – Sempre localizados nos fundos das casas, fábricas... Recebedores do que há de pior do que nós descartamos sem nenhum cuidado ... A Mãe Terra, tão dadivosa ainda, luta bravamente mantendo-os com áreas no mundo todo como verdadeiros santuários, oferecendo alimento e abrigo a todas as espécies, sem discriminação, permitindo silenciosamente seu massacre pela mão do Homem.

554926_272152249553000_1476394773_nBaía de Guanabara, uma esperança... não, uma realidade a ser conservada por todos

Ainda com áreas de manguezal sobre grande pressão humana, a Baía de Guanabara, tem em sua porção leste um oásis. A Área de Proteção Ambiental de Guapimirim e também onde se localiza a Estação Ecológica da Guanabara (APA/ESEC). Um patrimônio que devemos conhecer melhor e ajudar a proteger.

 

Texto Graça Bispo (CRBio 24.417/RJ) e Seleção de Imagens Pedro Belga

Projeto Caranguejo Uçá

Leia também: PNUD apoia projeto para preservação de mangues brasileiros

27 de maio de 2013

0 27 de maio, dia Nacional da Floresta Atlântica

27 maioA região geográfica formada por vegetação, fauna, clima, relevo e solos típicos compreende um Bioma. E um exemplo de Bioma que detém muitas características peculiares é a Floresta Atlântica. Para se ter uma ideia, esta floresta é considerada um “mosaico vegetacional”, ou seja, há diversas formações florestais e ecossistemas compondo a Floresta Atlântica. Com exemplo de suas florestas podem ser citados a Floresta Ombrófila Densa, a Floresta Ombrófila Aberta, a Floresta Ombrófila Mista, a Floresta Estacional Semidecidual e a Floresta Estacional Decidual.

Todas essas nomenclaturas fazem referência às diferentes condições ambientais e às espécies florísticas ocorrentes, bem como sua dinâmica. Por exemplo, a Floresta Ombrófila Densa é um local onde a temperatura é sempre alta e as chuvas são frequentes, sendo um local extremamente úmido – daí o nome “Ombrófila”. Por sua vez, a designação “Densa” ocorre em virtude das copas das árvores se tocarem, formando um dossel denso e uniforme. Em contrapartida, a Floresta Ombrófila Aberta apresenta características vegetacionais diferenciadas quando comparada com a Densa. O espaçamento entre árvores é maior (daí o nome Aberta) e há um período de aproximadamente 2 meses de período seco. A Floresta Ombrófila Mista, também chamada de Floresta de Araucária ocorre nas regiões sul do Brasil e em manchas no sudeste. Sua espécie arbórea predominante é o pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifólia). Já a Floresta Semidecídua ocorre geralmente em regiões de maiores altitudes, tendo sua vegetação adaptada a temperaturas mais baixas. Como resultado, essa formação florestal apresenta uma estação seca e fria definida e, dependendo do local, de 20 a 50 % das árvores perdem suas folhas durante o inverno, sendo esta uma adaptação ao ambiente carente de água e abundante em frio. Para efeitos de comparação, a Floresta Estacional Decidual possui duas estações climáticas bem definidas, marcada por chuvas após um longo período seco (cerca de 6 meses). Como efeito adaptativo, mais de 50% dos indivíduos vegetais perdem suas folhas.

Além das diferentes classificações de florestas citadas, ocorrem também os chamados Ecossistemas Associados, que são ambientes localizados sob o Domínio da Floresta Atlântica. Abaixo, segue a descrição de cada um:

- Manguezais: Ecossistema costeiro encontrado em áreas alagadiças, na zona de transição entre a planície e o mar. A vegetação desse ambiente (mangue) desenvolveu adaptações que a permitiu ocupar ambientes de alta salinidade e extremamente úmidos. Ocorrem predominantemente 3 espécies arbóreas: Mangue-vermelho (Rhizophora mangle); o Mangue-branco (Laguncularia racemosa) e o Mangue-vermelho (Avicennia schaueriana).

- Restingas: Sua vegetação ocorre em áreas planas e arenosas, onde houve acúmulo de sedimentos erodidos de rochas e depósito de material pelo mar. É uma ambiente de baixa fertilidade e umidade e alta salinidade. Apesar das severas condições, é um ecossistema de elevada riqueza botânica e de faunística, apresentando elevado grau de endemismo.

- Campos de Altitude: Em regiões de grandes altitudes do sudeste brasileiro (acima de 1800 m), nas cristas das serras, a floresta é substituída pelos Campos de Altitude, que possui uma vegetação predominante de gramíneas e arbustos. Fazendo parte da paisagem desses campos, são encontrados afloramentos rochosos, penhascos e picos, como o Pico das Agulhas Negras – RJ.

Pode-se perceber que com tantos ambientes diferentes, a Floresta Atlântica tem a capacidade de abrigar altíssima biodiversidade, possuindo mais de 200 mil espécies de plantas, sendo aproximadamente 8 mil endêmicas; 270 espécies de mamíferos; mais de 900 espécies de pássaros; 197 de répteis; aproximadamente 360 diferentes espécies de anfíbios e cerca de 350 espécies de peixes. Além desses dados, essa é a floresta mais rica do mundo quando se considera o número de árvores por unidade de área (454 espécies/ha no sul da Bahia), tornando o Brasil um dos doze detentores da chamada Megadiversidade.
distribuição mata atlantica
Entretanto, mesmo possuindo tamanha importância biológica, a Floresta Atlântica sofre uma intensa degradação, reflexo de uma ocupação urbana desordenada; exploração intensa dos seus recursos naturais e substituição de suas áreas por locais com destinação agrícola os pastoril. Vale lembrar que é nesse domínio florestal atlântico que se encontram aproximadamente 70% da população brasileira, o que submete a Floresta Atlântica a diferentes tipos de pressão, reduzindo sua área natural drasticamente.

E o histórico seu histórico de degradação não é de hoje. Na época do descobrimento do Brasil, a Floresta Atlântica ocupava cerca de 15% do território nacional, uma área equivalente a aproximadamente 1 milhão e 300 mil de quilômetros quadrados! Sua extensão ia, através de uma faixa quase contínua ao longo da costa brasileira, desde o Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, além de parte dos estados de Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.

Atualmente, está reduzida a cerca de 13 % de sua cobertura florestal original. Historicamente, foi a primeira floresta a receber iniciativas de colonização, saindo dela, a primeira riqueza explorada, o Pau-brasil (Chaesalpinia echinata). Desde então vários ciclos se desenvolveram em seu domínio. O resultado de todos os períodos econômicos pelos quais a Floresta Atlântica passou foi a perda de grande parte das florestas originais e a contínua devastação e fragmentação dos remanescentes florestais existentes, o que coloca a Floresta Atlântica em péssima posição de destaque, como um dos conjuntos de ecossistemas mais ricos e ao mesmo tempo mais ameaçados de extinção do mundo. Por isso, é considerada um hotspot de biodiversidade.

Mas apesar do intenso desmatamento e fragmentação, a Floresta Atlântica, juntamente com seus ecossistemas associados, ainda é extremamente rica em biodiversidade. E para manter esse ambiente único, medidas públicas têm sido realizadas, como o Decreto Federal 750/ 93, que estabelece regras para o corte de suas árvores e exploração de seus recursos, além de estabelecer outras providências. Além disto, a Constituição Federal Brasileira estabelece, em seu artigo 225, que a Floresta Atlântica é um Patrimônio Nacional. Entretanto, todas as políticas ainda não são suficientes.

A proliferação de um modelo econômico de consumo não tem priorizado a conservação dos recursos naturais e o desrespeito à natureza tem sido crescente e contínuo, sendo então, um processo totalmente insustentável. E somos nós, seres humanos, os causadores de tantos prejuízos.

Então fica a seguinte pergunta: Como acabar com os processos destrutivos atuais? Não existe um caminho ou uma receita pronta. Os problemas que enfrentamos hoje são reflexos de comportamentos impensados outrora. Entretanto, sabemos o que está errado e temos a oportunidade de mudar, através de ações sustentáveis e no estabelecimento de uma convivência harmoniosa com a natureza. Precisamos ousar mais, criar novas expectativas; dominar novas tecnologias, incentivar a educação ambiental, etc...

dia nacional da mata atlanticaSomente com tais mudanças conviveremos harmoniosamente com o meio ambiente que nos cerca. E temos na Floresta Atlântica, além de toda sua beleza e biodiversidade, uma oportunidade única de exercitarmos novas ações e criarmos novos valores, para que, com muito louvor, o dia 27 de maio possa ser de fato comemorado como o Dia da Floresta Atlântica.

GUILHERME RODRIGUES

ENGENHEIRO FLORESTAL

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