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28 de setembro de 2014

0 “Todo dia é dia! - 01”

Existe um calendário ambiental para ressaltar a realização de ações que se fazem necessárias. Por isso achamos interessante relembrar algumas atividades que realizamos independente de qualquer calendário.

limpa oca 1Em Fevereiro do corrente ano, foi iniciada a OPERAÇÃO LIMPAOCA. Que consiste na retirada de material reciclável de áreas de manguezal. Reuniu uma força tarefa unindo biólogos da Guardiões do Mar, 13 catadores de caranguejo da ilha de Itaoca e técnicos da APA de Guapimirim e ESEC. Durante dois meses a equipe trabalhou na retirada de resíduos sólidos da área, quantificando 2.849,60 kg de lixo.


“Assim, praticamos a limpeza de litorais (rios e praias) em épocas alternativas com o propósito de contribuir para que ao menos uma porção dos manguezais da Baía esteja em melhores condições proporcionando espaço para crescimento da vegetação.” O lixo impede o Uçá de fazer tocas e/ou as obstrui. Além disso, a ação ainda gera renda alternativa para os catadores. O lixo impacta a tudo e todos!

limpa oca 2

A transformação de hábitos leva décadas. Não pode ser através de ações pontuais, mas sim, cotidianas. O consumo desordenado é a fonte de um sem-número de embalagens ou itens diversos, que somos levados a pensar que não mais precisamos. Não praticamos o reaproveitamento e poucas são as instituições que nos mostram aplicabilidades práticas para elas. O que nos leva a verdadeiras montanhas de embalagens/resíduos sólidos descartados de forma desordenada, nos mais diversos locais. Infelizmente os rios são os principais meios utilizados pela sociedade para se livrar do que não lhe serve mais. Precisamos entender que somos cidadãos do mundo.

6 de julho de 2014

0 Noventa e nove por cento do plástico nos oceanos desapareceu

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03/07/2014 

Milhões de toneladas. Essa é a quantidade de plástico flutuando nos oceanos do planeta, dada a sua utilização onipresente. Mas um novo estudo descobriu que 99% deste plástico está desaparecendo dos oceanos. Uma possibilidade perturbadora: peixes estão comendo.

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À caça. A RV Hespérides reboca uma rede projetada para "filtrar" a superfície do oceano e coletar partículas de plástico que flutuam. Crédito: Joan Costa

Se for esse o caso, "há potencial para que este plástico esteja entrando na cadeia alimentar dos oceanos", diz Carlos Duarte, oceanógrafo da University of Western Australia. "E nós somos parte desta cadeia alimentar."

Os seres humanos produzem quase 300 milhões de toneladas de plástico por ano. A maior parte disso termina em aterros sanitários ou lixões, mas um estudo de 1970 da Academia Nacional de Ciências estimou que 0,1% de todo todo plástico produzido pelo homem vai para os oceanos. Cerca de 80% vem dos continentes, transportados por rios, inundações ou tempestades, e 20% de embarcações marítimas. Parte deste material acaba preso no gelo do Ártico, uma outra parte que chega nas praias, pode até se transformar em rochas feitas de plástico. Mas a grande maioria ainda deve estar flutuando lá fora, no mar, preso nos giros subtropicais, grandes redemoinhos no centro dos oceanos, como a Grande Mancha de Lixo do Pacífico.

Para descobrir a quantidade de plástico que está flutuando nessas manchas de lixo, quatro navios da expedição Malaspina, um projeto de pesquisa global para estudar os oceanos, coletou em 2010 e 2011 amostras de plástico em todos os cinco grandes giros oceânicos. Depois de meses de rebocando redes de malha fina ao redor do mundo, os navios de pesquisa nos trouxeram novas informações. Ao invés das milhões de toneladas que os cientistas esperavam, os pesquisadores calcularam o volume global de plástico nos oceano em, no máximo, apenas 40 mil toneladas, e  relataram isso ontem (02/07) na revista Proceedings of the National Academy of Sciences. "Não conseguimos contabilizar 99% do plástico presente nos oceanos", diz Duarte, líder da equipe.

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As concentrações de detritos de plástico em águas superficiais do oceano global. Círculos coloridos indicam concentrações de massa. O mapa mostra as concentrações médias de 442 locais (1.127 reboques de rede de superfície). Áreas cinzentas indicam as zonas de acumulação previstas por um modelo de circulação da superfície global. Cinza escuro e cinza claro representam zonas de acumulação interna e externa, respectivamente; áreas brancas são previstas como zonas de não acumulação. (Cózar, A.)

Ele suspeita que essa enorme quantidade de plástico foi ingerida por animais marinhos. Quando o plástico está flutuando no oceano aberto, a radiação do sol pode fragmentá-lo em partículas cada vez menores, até ficarem tão pequenas que começam a parecer comida de peixe, especialmente para o pequeno peixe-lanterna, um pequeno peixe marinho bem distribuído nos oceanos, conhecido por ingerir plástico.

"Sim, os animais estão comendo", disse o oceanógrafo Peter Davison, do Farallon Institute for Advanced Ecosystem Research, em Petaluma, California, que não esteve envolvido no estudo. "Isso tudo é indiscutível." Mas, ele disse, "é difícil saber neste momento quais as consequências biológicas. Poluentes tóxicos como o DDT, PCBs, ou mercúrio aderem à superfície do plástico, adsorvendo e concentrando poluentes presentes na água." Quando os animais comem o plástico, as toxinas podem estar indo para o peixe e percorrendo a cadeia alimentar até espécies de mercado como o atum e o marlim. Ou, disse Davison, "as toxinas no peixe podem voltar pra água ... ou quem sabe, eles estejam vomitando (plástico) ou excretando, e não haja dano a longo prazo. Nós não sabemos."

"É impossível saber quanto os animais estão comendo", diz Kara Law, oceanógrafa física na Sea Education Association em Woods Hole, Massachusetts, que não esteve envolvida no estudo. "A quantidade estimada de plástico que entra nos oceanos em que o estudo se baseou tem quase meio século de idade, e precisamos desesperadamente de uma melhor estimativa de quanto plástico está entrando no mar anualmente."

Além do mais, tanto Davison quanto Law dizem que há uma série de outros locais em potencial, onde o plástico poderia estar tendo o seu final. Podem estar parando no litoral, e uma grande quantidade pode estar sendo degradada em pedaços muito pequenos para serem detectados. Outra possibilidade é de que organismos estejam aderindo e crescendo sobre o plástico, levando abaixo da superfície do oceano, suspenso na coluna d'água ou descendo até o fundo do mar. Micróbios podem até estar comendo.

A melhor hipótese para o destino do plástico que está desaparecendo? Que esteja afundando com o peso de organismos que aderem a ele, ou nas fezes de animais, e permanecendo no fundo do oceano, diz Law. "Francamente, não acho que podemos definir a pior hipótese. Nós realmente não não sabemos o que o plástico está causando."

Fonte: Science

http://www.institutoecofaxina.org.br/2014/07/noventa-e-nove-por-cento-do-plastico-nos-oceanos-desapareceu.html?utm_source=feedburner&utm_medium=em

29 de maio de 2014

0 ALUNOS DA REDE PÚBLICA APRENDEM SOBRE RECICLAGEM E COLETA SELETIVA COM O JOGO – CAMINHOS DA RECICLAGEM

No dia 29/05/14 foi realizado mobilização com alunos da rede municipal de Itaboraí, na Escola Municipal Antônio Alves Viana. Neste dia os alunos conheceram sobre a importância de destinar corretamente os resíduos. Foram abordadas a origem dos produtos e as etapas da reciclagem. Os participantes puderam compreender o processo de extração da matéria prima para a produção dos produtos, os impactos ambientais causados por tais ações. Um dos assuntos abordados foi o consumo consciente e o papel do consumidor no processo da reciclagem, e o processo pelo qual os resíduos passam até chegar a uma cooperativa, os bônus sociais e ambientais envolvidos neste processo, e os ônus da destinação incorreta.

escola municipal antonio alves
Mobilização com alunos da Escola Municipal Antônio Alves Viana.

15 de maio de 2014

0 Investimento sustentável para desenvolvimento dos municípios

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sustentavel1

 

 

Tudo que era resíduo se torna fonte de lucro para os investidores que aprenderam a arte da transformação. Arte e criação: Wemerson  O. Marreiro/sobre fotos de divulgação.

 

 

http://www.ofluminense.com.br/editorias/oportunidades/investimento-sustentavel

Por: Karol Fernandes 11/05/2014

Além de proporcionar um bem incalculável para o meio ambiente, a reciclagem também representa recursos, gerando renda para milhares de famílias brasileiras

Só no ano de 2012 um balanço feito pela ONG Guardiões do Mar, de São Gonçalo, acusou que com o material recolhido pré-beneficiado e vendido para o mercado da reciclagem no Brasil foram poupados cerca de 2,7 milhões de litros de água usada na fabricação de bens. E mais 11.405,325 litros de água livres de contaminação de óleo vegetal usados em residências, 44.119 kg de bauxita, mais de 1.700 kg de areia, e 1.378,492 litros de petróleo, que retornaram para a cadeia produtiva. 

E esses números só aumentam. Com a coleta seletiva, os municípios economizaram 2.539,617 quilowatts de energia, quase 29 mil árvores foram preservadas e o principal, 416.304 kg de CO2, o famoso gás carbônico, não foram lançados na atmosfera. 

Além de proporcionar um bem incalculável para o meio ambiente, a reciclagem também representa recursos, gerando renda para milhares de famílias brasileiras. O lixo é dinheiro e gera dinheiro. 

A ONG Guardiões do Mar, com apoio da Petrobras, criou o projeto CataSonhos, uma rede de comercialização de materiais recicláveis. As cooperativas de catadores desse projeto são beneficiadas com doações de veículos, investimento de infraestrutura e acompanhamento técnico. Pedro Belga, biólogo marinho e presidente da ONG, explica como foi o início do projeto.

“Conhecemos os catadores, fomos para rua e conversamos com eles, vimos a realidade deles e depois o projeto foi criado. Eles receberam capacitação, souberam como realmente tratar o lixo e se tornaram verdadeiros empreendedores. Hoje, lidam com empresas o tempo todo e atuam com bastante seriedade”, afirma.

A cooperativa ReCooperar SG está dentro do projeto e atende, além da cidade onde está localizada, municípios vizinhos, como Niterói e Itaboraí e alguns bairros do Rio de Janeiro. 

“Esse material que eles recolhem não vai para a natureza, vai virar matéria-prima. Isso retorna para a sociedade pelo trabalho dessas pessoas. Todo mundo sai ganhando, a natureza que não vai receber o impacto do lixo, o catador que trabalha com isso e até a estética de ter as cidades limpas. É um grande negócio!”, empolga-se Belga. 

Nas cooperativas, os catadores conseguem lucrar até um pouco mais do que se estivessem trabalhando sozinhos, porque com uma estrutura de mais qualidade, a quantidade de lixo que podem conseguir é maior, e as doações por empresas também acabam se tornando maiores. 

A ReCooperar atende condomínios, empresas, bancos e organizações militares. E recolhem qualquer material reciclável: plástico, papel, alumínio e metais. Ações como essas colocam o Brasil entre os maiores recicladores desses materiais. As cooperativas vivem de doações de lixos aproveitáveis. A ReCooperar, atualmente, tem rendimento de R$ 14 mil. Quando cresce o número de empresas patrocinando e doando, também aumenta a quantidade de lixo, o que gera uma renda bem maior.

Todos os catadores atuam como miniempreendedores, ou seja, do valor adquirido com a venda dos materiais, 10% é encaminhado para o fundo da empresa e o restante é dividido igualmente. Há um total de 20 catadores na ReCooperar.

E todos são distribuídos por funções, como uma verdadeira empresa, explica o presidente da cooperativa, Sergio de Oliveira .

“Organizamos o máximo possível, tentamos separar por tipos de material, como papelão, papel, metal, vidro e plástico, logo que o caminhão chega. Usamos luvas e dependendo da função, como no picador de papel, protetores de ouvido por causa do barulho. Trabalhamos com segurança”, garante Oliveira.

“De todos os materiais recolhidos, o que rende mais é o plástico. A garrafa PET vende como água. Há também as caixas de leite, 100% recicláveis, e as latinhas de refrigerante, que têm muita saída. Cerca de 90% das latinhas no Brasil são aproveitadas”, acrescenta o presidente da cooperativa.

Óleo vegetal- A ReCooperar tem ainda um projeto para começar a reciclar óleo vegetal, filtrando e vendendo para a fabricação de sabão e biodiesel.  

O engenheiro ambiental Renato Iezzi garante que se as empresas aderirem à reciclagem, o processo pode ser interessante não apenas pelo aspecto ambiental.

“Adotar a reciclagem é fácil e traz pouco custo. É um processo simples, na qual é contratada uma empresa ou uma cooperativa para recolhimento e destinação desses materiais”, argumenta. 

Óleo de cozinha - O óleo caseiro também pode ser reaproveitado em vez de ser descartado fora pelo ralo da pia. O professor de Farmácia da Universidade Federal Fluminense (UFF) Déo Anselmo Pinheiro, recicla todo o óleo produzido pela faculdade há três anos, e o reaproveita para fazer sabonete. 

A reciclagem faz parte de um projeto multidisciplinar. No laboratório da faculdade o material é filtrado e depois passa por um tratamento com substâncias alcalinas e clarificantes. O óleo fica mais claro e vistoso. 

O próximo passo é diluir com água quente e acrescentar glicerina, substâncias hidratantes e conservante, para melhor qualidade e agregar valor ao produto. 

Na última fase é só colocar corante, essência e pronto: está fabricado um sabonete líquido reciclado. 

Após a preparação, o sabonete é submetido a um controle de qualidade em parceria com outras disciplinas.

O FLUMINENSE

http://www.ofluminense.com.br/editorias/oportunidades/investimento-sustentavel

25 de abril de 2014

0 Cooperativa de Niterói fará coleta seletiva no Centro e em Jurujuba

Projeto batizado como ‘CataSonhos II’ foi idealizado pelos Guardiões do Mar

Publicado: 19/04/14 – 6h00

NITERÓI — Se você sempre teve vontade de reciclar o seu lixo, mas mora numa área onde ainda não é feita a coleta seletiva, fique atento: cooperativas de seis municípios da Região Metropolitana do Rio e da Baixada Fluminense iniciam, ainda neste semestre, uma rede de comercialização de recicláveis. O projeto, batizado como “CataSonhos II”, foi idealizado pelos Guardiões do Mar.

Em Niterói, os catadores da Copcanit vão recolher materiais em casas localizadas em pontos do Centro da cidade e em Jurujuba. Além disso, as escolas desses bairros devem funcionar como Pontos de Entrega Voluntária (PEVs).

Durante a primeira etapa do projeto, patrocinado pela Petrobras e posto em prática 2011, mais de mil toneladas de materiais foram retiradas do ambiente e geraram renda para 160 catadores de cooperativas. Com a coleta, os municípios chegaram a economizar 2.539.617 quilowatts de energia e 28.129 árvores deixaram de ser cortadas. Além disso, 416.304 quilos de dióxido de carbono não foram parar na atmosfera. Para ajudar na execução do projeto, a Petrobras também doará para as cooperativas uma frota de caminhonetes.

— A partir daí, basta que a sociedade separe os recicláveis e aguarde os dias agendados para a coleta, que serão previamente apresentados aos moradores — conta Pedro Belga, presidente dos Guardiões do Mar.

http://oglobo.globo.com/rio/bairros/cooperativa-de-niteroi-fara-coleta-seletiva-no-centro-em-jurujuba-12232221#ixzz2zpGe1W9e

22 de abril de 2014

1 Dia da Terra 22 de abril de 2014

Em 20 de abril de 1970 um político e ambientalista americano conseguiu reunir 2.000 universidades, 10.000 escolas primárias e secundárias e outras associações para criar uma agenda ambiental. Em seu país o resultado mais significativo foram as criações de uma série de leis de proteção ao meio ambiente e a Agência de Proteção Ambiental (EPA). Dois anos depois, na Conferência de Estocolmo, o objetivo foi sensibilizar os líderes mundiais sobre a magnitude dos problemas ambientais e que se instituíssem políticas necessárias para erradicar-los.

O Dia da Terra deveria ser uma festa que pertencesse somente ao povo e não estivesse regulada por uma única entidade ou organismo, tampouco estivesse relacionada com reivindicações políticas, nacionais, religiosas ou ideológicas.

As necessidades de qualidade ambiental não podem ser restringidas por barreiras geopolíticas, religiosas, partidárias ou similares. As águas, ar, ou qualquer tipo de impacto ambiental negativo pode atingir direta ou indiretamente a muitos, se não a todos nós.

Após 44 anos da instituição do DIA DA TERRA o que nós efetivamente revertemos de poluição em nosso planeta? ... Leis?... E a fiscalização?... Não devemos ficar esperando por heróis e ações “rocambolescas”. Precisamos sim de atos diários e simples, como colocar nosso lixo no lugar correto, usar a água e energia racionalmente. Estes e tantos outros atos cotidianos que se somados por cada um dos 7 bilhões de habitantes há de fazer diferença...

Você já se perguntou quanto mais a TERRA suportará?...

dia da terra

Qual será nosso legado para as próximas gerações?

11 de fevereiro de 2014

0 Lavar lixo reciclável é desnecessário e desperdiça água, dizem especialistas

Embora reconheçamos a relevância da matéria, discordamos em parte. É sabido que não se deve desperdiçar água, um recurso tão precioso, ainda mais nos dias de hoje. Porém, entendemos que ao separar o seu material reciclável, muitas vezes ele tem restos de alimentos que podem ajudar na proliferação de micro-organismos e também, ratos, baratas, moscas, sem falar no mau cheiro e situações desagradáveis. Por isso, entendemos que uma água de reuso pode e deve ser utilizada para uma pequena lavagem a fim de tirar os excessos de matéria orgânica dos recipientes que se deseja enviar para a reciclagem.

O ideal é que esses materiais recicláveis fossem parar nos galpões de cooperativas de reciclagem, gerando postos de trabalho e ainda contribuindo para a melhoria estética e ambiental de nossas cidades. Os catadores, organizados em cooperativas, precisam trabalhar com escala, ou seja, juntar ao máximo de cada material, para conseguir melhor preço junto ao mercado da reciclagem. E, neste caso, o tempo que muitas vezes estes materiais permanecerão nos galpões, caso contenham material orgânico em demasia, podem atrair vetores, além do mau cheiro. A arrasadora maioria dos galpões não tem área de lavagem.

Por tudo isso, repetindo o início de nossa fala, concordamos em parte com o exposto, pois aqui, como em qualquer lugar da vida em sociedade, deve sempre prevalecer o bom senso. Não precisamos desperdiçar água, pois podemos reaproveita-la de uma lavagem de roupas, através da captação da água da chuva (tão escassa nos últimos dias), enfim, maneiras existem muitas. Com isso, estaremos melhorando ainda a ação de separar e descartar corretamente nossos recicláveis. Ações simples, que podem fazer a diferença e tornar cada um de nós, um ser socialmente justo e ecologicamente correto.

Matéria do G1 Publicada em:

07/02/2014 06h00 - Atualizado em 07/02/2014 13h07

Itens descartáveis já são lavados quando chegam em cooperativas.
Confira dicas sobre como separar os resíduos para reciclagem.

                cooperativa para blog

Trabalhadores separam lixo em cooperativa de reciclagem que fica no bairro de São Mateus, Zona Leste de São Paulo (Foto: Hélvio Romero/Estadão Conteúdo)

Quem tem o hábito de lavar o lixo doméstico antes de destiná-lo à reciclagem está gastando água com algo desnecessário, explicam especialistas ouvidos pelo G1. Lavar itens como caixas de leite longa vida, potes de iogurte, garrafas PET ou de vidro para retirar restos de alimentos não ajuda no processo de reciclagem e gera mais esgoto – que muitas vezes não é coletado e tratado.

Esses materiais de qualquer forma serão novamente lavados quando chegarem às cooperativas, onde ocorre o processo de separação do papel, plástico, vidro e metal, que, posteriormente, serão destinados às indústrias de reciclagem.

reciclagem_2“Em qualquer processo de reciclagem, o resíduo será submetido a um processo de higienização. Não há necessidade de uma lavagem aprofundada do material”, explica Carlos Silva Filho, diretor-presidente da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe).

A melhor maneira de preservar o lixo reciclável dentro de casa de maneira higiênica (sem uso de água), até que passe o caminhão para recolher, é guardá-lo em recipientes fechados, que evitam o surgimento de moscas e a emissão de odores, explica Emilio Maciel Eigenheer, especialista em resíduos sólidos.

Brasil, um país de lixões
Apesar de a lavagem de material reciclado ser um desperdício de água, quando se trata do tratamento de resíduos sólidos, esse problema ambiental ainda é pequeno em comparação com a existência de quase 3 mil lixões. O país ainda recicla apenas 1,4% das 189 mil toneladas de lixo que gera por dia. Segundo o governo federal, dos 5.564 municípios brasileiros, somente 766 fazem coleta seletiva.

Apesar de a reciclagem no país ser um mercado bilionário – em 2012 a coleta, a triagem e o processamento de materiais em indústrias geraram faturamento de R$ 10 bilhões – o Brasil perde R$ 8 bilhões ao ano ao enterrar, em aterros e lixões, materiais que poderiam ser reciclados.

Os dados são do Cempre (Compromisso Empresarial para Reciclagem), associação dedicada à promoção da gestão integrada do lixo. Mas esses números podem mudar com a implantação da nova Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída em 2010 e que tem previsão para entrar em vigor a partir de agosto deste ano.

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, os instrumentos da PNRS (que eliminam de vez todos os lixões e obriga as prefeituras a instalar aterros sanitários) ajudarão a alcançar o índice de 20% na reciclagem de resíduos já em 2015.

Para Silva Filho, mesmo a lei entrando em vigor ainda vai faltar ao governo investir na educação da população para o tema da reciclagem. Segundo uma pesquisa feita pela Abrelpe com 2 mil pessoas, 88% dos entrevistados se disseram favoráveis e propensos em ajudar o meio ambiente por meio da separação de resíduos. Porém, todos alegaram que não receberam orientação de como fazê-la.

“Falta orientação para esclarecer dúvidas básicas, como se eu preciso lavar o pote de margarina ou se posso jogar o papelão que veio a pizza, mesmo com gordura, para a reciclagem. Isso acaba prejudicando o sistema de coleta seletiva. O poder público tem que dar essa instrução”, explica.

O Brasil perde R$ 8 bilhões ao ano ao desperdiçar, enterrando em aterros e lixões, os materiais que poderiam ser reciclados

Cestos coloridos não funcionam
O cesto azul é para jogar o papel. No vermelho, vai o plástico. O verde é para o vidro e o amarelo é para o metal. Isso é o que muitas vezes se aprende a respeito da reciclagem. No entanto, essa separação não funciona de fato no Brasil, pois o lixo chegará na cooperativa e será misturado.

Segundo os especialistas ouvidos pelo G1, a implantação das lixeiras coloridas foi uma tentativa de trazer para o país o hábito da reciclagem da forma como foi criado e consolidado em países desenvolvidos, onde a coleta ocorre por item.

No Japão, por exemplo, há um calendário para recolhimento de cada material reciclável, algo que no Brasil estaria fora de cogitação devido ao custo elevado da coleta multifrações, como é conhecida a técnica, que custa de quatro a seis vezes mais que a coleta dual, quando o lixo é separado apenas em reciclável e orgânico.

"O ideal é separar o lixo seco [aquele que pode ser reciclado] do lixo úmido [materiais orgânicos como restos de comida e materiais não recicláveis, como papel higiênico] e deixar o resto para a cooperativa fazer", explica Sandro Mancini, professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e especialista em reciclagem de resíduos sólidos.

"[Ter os cestos coloridos] é um gasto extra e um desestímulo à população, que quando vê esse monte de lixeiras coloridas, acaba misturando todo o lixo e colocando-o em um único cesto. Precisamos repensar essa medida", aponta Silva Filho.

http://g1.globo.com/natureza/noticia/2014/02/lavar-lixo-reciclavel-e-desnecessario-e-desperdica-agua-dizem-especialistas.html

26 de janeiro de 2014

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“Noticias interessantes precisam ser compartilhadas”.

 

Basta mergulhar nas águas turvas e ver o lixo espalhado pelo fundo do mar para constatar que será impossível entregar a Baía de Guanabara limpa até a Olimpíada

por Bruna Talarico e Ernesto Neves | 19 de Junho de 2013

 

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Um pedaço de plástico boia na água marrom da Enseada de Botafogo: vergonha em um dos lugares mais bonitos do mundo

Mergulhar nas águas escuras da Baía de Guanabara dá medo, não há vergonha em admitir. A 6 metros de profundidade, bem em frente à mureta onde os clientes do Bar Urca bebem sua cervejinha, o silêncio só é cortado pelo som das bolhas da própria expiração e pelos murmúrios que denotam o nojo de tocar no fundo. O cenário iluminado por um refletor é apocalíptico: colinas de lama marrom, densa e gosmenta, se estendem em um relevo contínuo a perder de vista. Trata-se de matéria orgânica em putrefação, proveniente do contínuo despejo de lixo e esgoto nas águas. Sobre os morrinhos, está disposta toda sorte de objetos. Tênis, jarras, pneus, embalagens de plástico e de alumínio, preservativos, pincéis, tapetes, roupas, correntes e brinquedos, tudo facilmente identificável. Mas há também aqueles em decomposição, que se desfazem ao toque. Qualquer movimento mais abrupto é suficiente para que a matéria orgânica se desgarre da espessa camada de lodo e envolva tudo o que está ao redor em uma nuvem de partículas. Aí sim a situação fica realmente assustadora, e a visibilidade simplesmente deixa de existir na água imunda.

Veja o depoimento Bruna Talarico, repórter que mergulhou na Baía de Guanabára

O panorama desolador constatado pelos repórteres de VEJA RIO é surpreendente para quem está acostumado a ver o belo cenário de fora, mas já é esperado por quem navega ali. Em maio, uma regata ecológica organizada pela Escola Naval na Marina da Glória comprovou o estado mais que crítico das águas. Em duas horas, os participantes recolheram nada menos que 220 quilos de lixo que flutuava na superfície, no mesmo local em que serão realizadas as provas de vela da Olimpíada de 2016. A podridão é tal que já fez soar o alerta vermelho entre os esportistas e os organizadores dos Jogos. No dossiê de candidatura do Rio a cidade-sede, os governos federal, estadual e municipal prometeram que tratariam cerca de 80% dos 18 000 litros de esgoto lançados por segundo na baía. Faltando três anos para o acendimento da pira olímpica, é consenso entre especialistas que esse índice não será alcançado. "Em áreas densamente povoadas no entorno, como Maré e São Gonçalo, não existe saneamento básico nem coleta de lixo", diz Paulo Cesar Rosman, professor de engenharia oceânica da Coppe-UFRJ. "Organizar esse caos urbano em três anos é impossível", constata.


clique na imagem abaixo para ampliá-la

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Na triste realidade da Guanabara, as estatísticas comprovam o que o olfato dos cariocas percebe de longe. Dois terços dos dejetos produzidos por mais de 10 milhões de pessoas são despejados ali sem nenhum tratamento. Como resultado, as 53 praias em seu perímetro são impróprias para o banho devido aos elevados índices de coliformes fecais. Em um dos pontos mais críticos, próximo à Ilha do Governador, 70% das amostras coletadas no último ano indicavam uma quantidade de fezes quase cinco vezes maior que a aceitável. Outro problema grave é o lixo. Cinquenta e cinco rios, córregos e canais fétidos que cortam os oito municípios do entorno transportam a cada dia aproximadamente 1 000 toneladas de detritos — um combinado que vai de embalagens descartáveis a sofás, eletrodomésticos e partes de automóveis. Além do inegável impacto ambiental, destroços e objetos flutuando na baía são particularmente perigosos para velejadores. "Com o barco a 50 quilômetros por hora, um pedaço de madeira pode provocar grave acidente", afirma o iatista Ricardo Winicki, que participou de quatro olimpíadas. "Jamais vi um local de competição poluído como aqui. Na Europa e nos Estados Unidos, as águas são tão translúcidas que é possível enxergar até o fundo", compara.

As primeiras iniciativas para tentar limpar um de nossos mais espetaculares cartões-postais remontam à última década do século passado. Há 21 anos, o anúncio da faxina foi feito com pompa durante a Conferência de Meio Ambiente das Nações Unidas, a Eco 92. O controle sobre fábricas poluidoras aumentou, mas o projeto que consumiu mais de 1,5 bilhão de reais ao longo de seis governos fracassou vergonhosamente no que diz respeito ao controle do esgoto. Entre 1994 e 2006, ano de seu encerramento, foram construídas seis centrais de tratamento, que, no entanto, ainda hoje operam em padrões muito inferiores a sua capacidade. A rede de tubulações de 1 248 quilômetros que deveria ser implantada para transportar os resíduos até as estações foi deixada pela metade. Desde 2007, está em andamento um novo programa orçado em 1,3 bilhão de reais para terminar o que se abandonou pelo caminho. Mas o ritmo segue lento. Em Duque de Caxias, onde há três anos não existia rede de esgoto, apenas 2% do previsto foi efetivamente implantado. As dez ecobarreiras instaladas até hoje na bacia hidrográfica da baía retiraram em 2012 pouco mais de 4 000 toneladas de lixo, o equivalente ao volume lançado pela população local em apenas quatro dias. "O passivo que encontramos é enorme, e estamos correndo contra o tempo para evitar um vexame internacional", justifica o secretário estadual de Ambiente, Carlos Minc. Na atual velocidade, será muito difícil não passarmos vergonha.

Diante de tal cenário, começam a ser adotadas medidas paliativas que, embora tenham o objetivo de mitigar o problema, estão longe de ser uma solução eficaz. Como não há mais tempo para construir uma rede de saneamento abrangente, foi iniciada a implantação de cinco Unidades de Tratamento de Rios (UTRs), ao custo de 40 milhões de reais cada uma. As estações serão construídas na foz de canais poluídos e removerão até 80% da imundície orgânica da água com o uso de aditivos químicos. Dessa nova leva, a primeira, no Rio Irajá, fica pronta em novembro e possui capacidade para tratar 1 750 litros de efluentes por segundo. Pelos cálculos do governo, a unidade deve reduzir em 12% a quantidade de esgoto que emporcalha a baía. Em São Paulo, a mesma técnica foi testada sem sucesso. Lá, o governo estadual injetou 160 milhões de reais para limpar o Rio Pinheiros, mas verificou que, mesmo após o processo, a água permanecia contaminada por outros tipos de poluente. "É uma solução transitória. No dia em que conseguirmos implantar o sistema de coleta, poderemos desativar as UTRs", diz Gelson Serva, coordenador do programa de saneamento. Outro recurso emergencial que começa a ser utilizado até o fim do ano é uma frota com uma dezena de barcos que recolherão os detritos flutuantes. Serão os navios-lixeiros. Pois é. O antropólogo francês Claude Lévi-Strauss (1908-2009), que, em visita ao Rio há quase oitenta anos, disse detestar a Baía de Guanabara, teria hoje razões bem concretas para repetir tal declaração.

É bem possível que, até a realização dos Jogos, a operação implantada de afogadilho consiga melhorar a situação periclitante de hoje. No entanto, a abordagem cosmética apenas reforça a frustração de deixar passar mais uma excelente oportunidade de atacar o problema, que é a falta de saneamento básico no Grande Rio, pela raiz. Outras metrópoles se saíram bem ao combater a poluição de suas águas. Maior cidade australiana, Sydney é um caso emblemático de como aproveitar o embalo dos Jogos Olímpicos para se livrar da sujeira das águas de sua baía. Lá, o problema eram os resíduos químicos lançados durante várias décadas por empresas instaladas nos subúrbios e o lixo trazido pelo sistema de escoamento pluvial para a baía e a região do porto. Com um investimento de 1,6 bilhão de dólares, foi realizada durante quatro anos uma gigantesca operação de limpeza para retirada das camadas do solo contaminado do fundo do mar e construído um complexo sistema de reservatórios e estações de tratamento. Um ano antes da chegada dos atletas, os resultados já eram visíveis. É um cenário que dificilmente se verá aqui. "Para falar em recuperação, é preciso atacar o lançamento de esgoto e lixo. Não existe nenhuma possibilidade de mudança se isso não for feito", afirma David Zee, oceanógrafo e professor da Uerj. O descaso torna-se ainda mais triste quando se leva em conta que há pontos onde a vida marinha resiste de forma comovente. Mesmo nas asquerosas dunas subaquáticas de lodo visitadas por VEJA RIO, é possível ver um ou outro peixinho nadando na sujeira. Um sinal de que nossa baía ainda pode voltar à vida.

http://vejario.abril.com.br/edicao-da-semana/mergulho-baia-de-guanabara-poluicao-744160.shtml

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