A Lei Federal n° 7.876/ 89 sancionou que o dia 15 de abril de cada ano seria dedicado à reflexão sobre a conservação e utilização do solo. A data escolha foi para homenagear o nascimento do americano Hugh Hammond Bennett (1881- 1960), considerado o Pai da Conservação dos Solos, uma vez que elaborou métodos de conservação do recurso e desenvolveu técnicas de combate a erosão. Ele esteve no Brasil em 1955, aprovando nossas técnicas de manejo de solo.
Muitas vezes não nos damos conta, mas o solo desempenha uma série de funções indispensáveis para a manutenção da vida, seja de caráter ambiental; ecológico; social ou ainda econômico. É graças a ele que uma floresta consegue se estabilizar, já que nutrientes e água são oferecidos via solo. Ele também abriga uma vasta diversidade de seres vivos, como minhocas, fungos e microrganismos capazes de decompor a matéria orgânica, o que contribui para a manutenção das suas propriedades físicas, além de sua fertilidade. Economicamente e socialmente, é no solo que um país produz alimentos para a sua população, podendo também exportar o excedente. É dele também que é retirado material para a construção de casas, estradas e grande parte das benfeitorias que utilizamos. Sendo assim, pode-se perceber que o solo é um recurso que sustenta todo o ser vivo, incluindo a nós, seres humanos.
Entretanto, é também um recurso finito e não renovável, já que, uma vez destruído, não pode ser reutilizado. Isso se deve a dois fatores. O primeiro é o seu lento processo de formação. O solo é formado por processos climáticos e pela atuação de microrganismos em rochas, transformando-a em material particulado, durando este processo, de pelo menos centenas de anos. O segundo fator, é a sua rápida degradação através de diversas atividades antrópicas. Dentre estas podem ser citadas:
- Desmatamento: Ao retirar a vegetação de um local, o solo fica exposto à ação direta da água da chuva e ventos que, pela ação erosiva, desagrega e remove suas partículas, que vão parar nas redes de drenagens, assoreando rios, lagos e prejudicando toda a vida que necessita de água. Há também a remoção dos nutrientes, empobrecendo-o.
- Compactação: Causado por condições inadequadas de manejo e excessivo tráfego de maquinários agrícolas. Tem por consequência o selamento superficial, o que reduz a taxa de infiltração da água, além do aumento de sua densidade, tornando a penetração das raízes uma etapa difícil de ser vencida.
- Queimadas: Além de provocar a mortandade da fauna e flora, reduzem drasticamente as características químicas e biológicas do solo.
Como visto, o solo funciona como alicerce da vida e sua deterioração significa menor produtividade e perda de habitat natural. Para evitarmos tais danos é necessário planejar sua utilização agrícola, levando em conta suas características originais e adoção de tecnologias adequadas.
O Poder Público também deve ser atuante, recuperando as áreas em processo de degradação; fiscalizando ações de grande impacto ao solo e penalizando os autores, além de estabelecer normas de uso e ocupação. Somente com essas práticas a Lei de Conservação e Uso dos Solos estará influenciando nas atividades da sociedade, valorizando de fato, o maior bem que um país detém: Seu solo.
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