Em 1972, marcando a abertura da Conferência de Estocolmo sobre o Ambiente Humano, foi estipulado o dia 05 de junho como o Dia Mundial do Meio Ambiente, pela Assembléia Geral das Nações Unidas. Desde então somamos 39 comemorações. Nesta data procura-se chamar a atenção dos políticos e da sociedade (planetária) para a preservação ambiental.
Infelizmente a data acabou se tornando uma coisa “mais do mesmo”, pois, políticos plantam árvores, as prefeituras fazem eventos (infelizmente repetitivos) e distribuem mudas e sementes; as escolas pedem aos alunos os mesmos trabalhinhos com suas maquetes (muitas vezes de materiais nem tão recicláveis assim), redações, etc. Mas, e a mudança de comportamento? Quando vai começar efetivamente? Não podemos exigir das crianças que respeitem o meio a sua volta se nós adultos, não estamos nem aí para isto!
O meio ambiente deve ser comemorado todos os dias, mais que isto, respeitado. A “moda ambientalista” da década de 90 já passou. Estamos falando hoje de preservação por uma questão de sobrevivência da nossa e de todas as espécies. Os professores deveriam estar sensibilizados a falarem todos os dias sobre o tema e cobrar, mas sem serem chatos, atividades escolares que contribuam para a formação de um cidadão pleno e que tenha como norte o respeito ao espaço a sua volta.
Os Guardiões do Mar levam em consideração uma velha frase que diz: “Xiita é a Macaaca do Tarzan”. Por isto não queremos ser ecochatos e nem de perto pretendemos nos confundir com os ecopicaretas, mas não dá mais para continuar como está. Na semana do meio ambiente, ouvimos sempre falar de conscientização. Que palavra mais ultrapassada. Ninguém conscientiza ninguém. Se assim fosse, não existiriam mais fumantes no planeta, pois todos sabem o mal que o cigarro faz. A conscientização acontece de dentro para fora. Não há campanha de comunicação que possa “conscientizar” a população quanto ao respeito ao meio ambiente. Para desenvolver o respeito é preciso educar. E, por falar em educação (principio básico a nosso ver para a sobrevivência, melhoria da qualidade de vida e, para criar cidadãos capazes de fazer escolhas coerentes), o caro leitor saberia dizer quando se comemora o dia mundial da educação? Pois bem, não há como se trabalhar crianças, jovens e adultos para um planeta melhor, onde o cidadão seja ecologicamente correto e socialmente justo, sem EDUCAÇÃO. Comemora-se a data do ambiente (isso todos sabem, pois é imposto na escola), mas ninguém, ou bem poucos sabem o dia da educação (e não vou dizer aqui, espero que alguém tenha a curiosidade de saber).
Mas, nem tudo está perdido. Hoje vemos através das redes sociais um crescendo de atitudes que nos mostram que o cidadão está se tornando mais preocupado com o meio a sua volta. Também não há outro jeito, com o aumento da expectativa de vida, sabendo que vamos viver mais do que nossos antepassados, precisamos cuidar para que o mundo seja ao menos suportável, não é mesmo?
Enfim, por interesse próprio ou não, o importante é que a sociedade está mudando. Esta é a questão! Por isto resolvi escrever este texto. Para comemorar não o dia do meio ambiente, que já passou. Mas para comemorar a mudança de comportamento que embora ainda modesta, está em curso.
A Ong Guardiões do Mar em 13 anos de existência pode provar que comemora todos os 365 dias do ano como sendo do meio ambiente e da educação. Pois trabalhamos o ser humano (atendido por nossas atividades) fazendo com que todo dia ele tenha que aprender de novo. Tornar-se agente ambiental passa por educação, que por sua vez, ajuda na mudança de comportamento, que por sua vez ajuda na melhoria do planeta em que vivemos. Lembram do jargão? Pensar globalmente, agir localmente. Pois é, as cooperativas criadas/incubadas pela Ong Guardiões do Mar provam isto e saibam de uma coisa: a tarefa é hercúlea, mas nem por isto desistimos.
Por tudo isso, pedimos aqueles que chegaram até este ponto da leitura (acho que texto ficou um pouco longo), que nos ajudem nesta difícil e árdua batalha da “mobilização” que é diferente de conscientização.
Vamos comemorar o dia do meio ambiente todos os dias, ao separar nosso lixo orgânico do inorgânico e, doá-lo a um catador. Ao lavar o rosto, economizando a água da torneira, ao ser parcimonioso no banho, não jogando lixo da janela do carro ou do coletivo. Abrindo a geladeira e sabendo o que pegar dentro dela, diminuindo o tempo em que fica aberta e poupando energia*, com isto também, menos hidrelétricas terão que ser construídas, etc.
Precisamos plantar árvores sim! Precisamos fazer trabalhinhos de escola sim! Precisamos fazer tudo que sempre fizemos. A mudança é que precisamos fazer isto todos os dias e não somente no dia 05 de junho. Precisamos entender que pequenas ações cotidianas, por mais clichê que pareçam, vão nos permitir salvar o planeta. Ou você acha que nós seres humanos somos tão especiais assim? A terra não aguenta mais tanto lixo, tanto desrespeito. Se os dinossauros, seres gigantescos, foram extintos, o que diremos de nós? A fragilidade do ser humano se manifesta desde o nascimento. Pouquíssimas espécies no planeta são tão dependentes dos pais como a nossa.
Pensem nisto!
Se começarmos agora, quem sabe ano que vem, em 2012, quando completará 40 anos desta data, teremos algo mais a comemorar?
FELIZ ANO DO MEIO AMBIENTE PARA TODOS
*Ao abrir a geladeira o ar frio de dentro escapa e o ar mais quente externo pode entrar. Ao fechá-la haverá necessidade do motor trabalhar mais para manter a temperatura anterior, gastando assim mais energia.
Espero sinceramente que o texto acima, que traduz uma riqueza de pensamentos expressas em palavras, e que poderia ser um desabafo de todos nós que trabalhamos ou estamos envolvidos com a questão ambiental, fosse mais que entendido, assimilado e replicado por cada um, para que cada pessoa neste planeta tenha o real entendimento de que precisa fazer a sua parte, pequenas atitudes geram grandes ações, e isso realmente tem que ser uma atitude diária, um processo de modificação cultural. Muita coisa ainda precisa ser feita, e o planeta tem pressa e cada vez está cobrando de uma forma mais devastadora. Parabéns Guardiões do Mar, por ter feito uma observação tão correta. Sinto muito orgulho por conhecer e colaborar com essa equipe.
ResponderExcluirCara Rose,
ResponderExcluirO melhor de se escrever um texto (que muito bem observado pro você é um desabafo) é saber que ele foi lido e, melhor ainda compreendido. Parabéns pela agudesa na observação.
Agracemos sinceramente.
Guardiões do Mar
Bom dia, o texto é maravilhoso. Gostaria de saber se posso levá-lo até a escola de minha filha e implantar essa forma correta de educação e meio ambiente.
ResponderExcluirGrato, Luciano Alves.
Caro Luciano,
ResponderExcluirFique a vontade para reproduzir o texto aonde achar que ele será compreendido. Nossa forma de educar passa justamente pela disseminação da informação da forma mais democrpatica possível. Ficamos honrados em saber que nosso texto pode de alguma forma servir a sociedade.
Atenciosamente,
Guardiões do Mar
Ola boa noite, em 1962, uma Escritora americana de renome já chamava a atenção para os problemas ambientais existentes. Essa escritora, Rachel Carson publicou um livro Primavera Silenciosa cuja importancia era extrema, mas a mesma não foi levada a serio, por trarar-se de um livro de estudos academicos, nao teve sua importancia reconhcida como deveria. O livro trata de contaminação do solo por agrotoxicos. (Recomendo)
ResponderExcluirA partir de 1968 com a Conferencia Intergovernamental de Especialistas sobre as Bases Cientificas para uso e Conservação Racinal dos Recursos da Biosfera(Conferenciada Biosfera) organizada pela UNESCO superimportante e direcionada somente para aspectos cienticificos. Tambem em 1968 surgiu o Relatorio Meadows conhecido como o relatorio do Club de Roma, composto por cientistas, industriais e politicos, para discutir e a analizar os limites do crescimento economico com o uso crescente dos recursos naturais. Depois veio a Conferencia de Estocolmo em 1972 com a uniao de 113 paises. Foi realizado em 1992 no Rio de Janeiro a eco-92, onde tivemos um pequeno avanço, nao sei qual foi a participação do poder publico, tais como, Ministerio do Meio Ambiente e Secretarias afins. Mass concordo com a ONG GUARDIOES, nao devemos ser ecochatos, nem ecopicaretas, só que tenho ressalvas, enquanto nós nao tomar-mos e redeas dessa carroagem, o Nosso Meio Ambiente continuará assim do mesmo jeito que está, ou seja largado.
Os Politicos sao em sua maioria uns Demagogos, gostam de aparecer nessa hora, nao sabem o que estão fazendo ou porque estão fazendo, mas estão no meio aparecendo. Parabenizo o trabalho da Ong Guardiões do Mar pelo excelente trabalho realizado aí no Rio de Janeiro e que no proximo ano, seja em todo Estado com muito mais exito, afinal a Natureza Mae está aí, e pedindo respeito, haja visto o que tem acontecido, só estamos precisando acordar e respeita-la.
Parabenizo a todos os componentes da equipe pelo excelente trabalho, terei o maior prazer em conhece-los um dia.
Obrigado:
Rozimá Tenorio de Araujo
Gestor Ambiental
11 8131-4226
Diretor Admistrativo e Institucional da APGAM
Associação Paulista dos Gestores Ambientais
www.apgam.blogspot.com
Rozimá,
ResponderExcluirMuito nos honra seus cometários e claro, também seus elogios. Com certeza o prazer será todo nosso. Se vier ao Rio, faça contato guardioesdomar@guardioesdomar.org.br , gostaríamos muito de recebê-la e trocar idéias. Parabéns também pelo seu trabalho. Demos uma olhada no link que deixou. Melhor ainda é saber que aquilo que postamos está sendo lido e entendido. Isso nos faz persisitir na disseminação de informações sobre esta e tantas outras questões. Esperamos poder contribuir com ações e idéias pertinentes para você e para a sociedade em geral.
Atenciosamente,
Pedro Belga
Presidente
“educação potencializa os talentos e o potencial de
ResponderExcluircada pessoa e prepara o educando para melhorar sua vida e transformar
sua sociedade”.
Se os governos cumprissem os objetivos do "Marco de Ação de Dakar" a qualidade de vida dos povos teria grande avanço. Em 2000, no dia 28 de abril, 180 países participantes da Cúpula Mundial
de Educação, na cidade de Dakar, no Senegal, assinaram um documento em
que se comprometiam a não poupar esforços, políticos e financeiros, para
que a Educação chegasse a todas as pessoas do planeta até o ano de
2015.
A participação do Brasil, que é um dos países signatários do documento final, não foi das mais felizes.
O então ministro da Educação não achava que a Cúpula era prioritária e
acabou enviando uma representante em seu lugar. Nos dias que precederam
as reuniões da Cúpula, cerca de 200 ONGs de todo o mundo ligadas à
educação reuniram-se para pressionar as autoridades presentes. A
sociedade civil organizada do mundo realmente queria participar. Somente
um quarto delas tinha sido efetivamente convidada para participar dos
debates. Sob pressão, a Unesco acabou abrindo a participação para todas
as ONGs. O mundo estava muito interessado. O Brasil, não. Só três ONGs
participantes eram brasileiras. Dos outros países da America Latina, não
havia nenhuma presente.
Neste dia 28 de abril, mais do que comemorar o Dia Mundial da Educação,
devemos lembrar dos compromissos assumidos para que a educação seja para
todos. Tá certo que algumas reivindicações dos setores mais avançados
de defesa da educação universal e de qualidade, como a obrigação de que
cada país gaste ao menos 6% do PIB na área, não foram incluídas no
documento, mas ele é bastante avançado. Se os governos cumprissem, de
forma integral, os objetivos do "Marco de Ação de Dakar", certamente
teríamos um avanço significativo na qualidade de educação, e de vida,
dos povos.
Entre tantos compromissos, o documento de Dakar reafirma a concepção da
Unesco para a área: “educação potencializa os talentos e o potencial de
cada pessoa e prepara o educando para melhorar sua vida e transformar
sua sociedade”.
O Brasil realmente avançou, nos últimos anos, no combate ao
analfabetismo, na universalização do ensino fundamental, nas avaliações
de seu sistema de ensino, no financiamento do ensino básico, na
ampliação de vagas no ensino superior, entre outras coisas. Há
problemas, mas temos melhoras. Onde o Brasil ainda insiste em errar é no
equivoco de confundir educação e ensino. Muito pouco do que se faz em
nossas escolas pode ser chamado de educação. O ensino, bancário, em que o
professor 'deposita' conhecimento na cabeça dos alunos, faz pouco pelo
futuro dos educandos. A educação precisa ser muito mais do que agir para
o aluno aprender a 'aprender'. Uma educação de qualidade age, também,
para o aluno aprender a 'fazer', a 'ser' e a 'conviver'. E, disso, o
Brasil ainda está muito distante.