A Ong Guardiões do Mar atua dentre outras formas como incubadora de empreendimentos solidários. Neste contexto, já instituiu quatro cooperativas sendo duas de artesanato com materiais recicláveis e duas de reciclagem, que capacita catadores destes materiais como agentes ambientais e gestores de seu próprio negócio. Uma quinta cooperativa contou com os Guardiões para sua fundação e hoje é acompanhada por técnicos da Ong, afim de efetivar sua existência, potencializando eficácia e eficiência.
É impotante ressaltar que o patrocínio da Petrobras é de vital importância para o sucesso desses empreendimentos, de onde vem a verba para aquisição de equipamentos, veículos, sedes, infra estrutura e ainda contratação de equipes que vão capacitar e acompanhar os grupos durante a incubação.
Para alcançar sucesso em seus empreendimentos, uma metodologia de educação ambiental prática foi desenvolvida ao longo de seus doze anos de atividade. Esta metodologia baseia-se entre outras coisas na vivência dos envolvidos nas questões ligadas ao meio ambiente e as causas sociais. Por exemplo, podemos citar o envolvimento das cooperadas (Modelarte, Manguezarte e Mulheres Arteiras) com o descarte pós-consumo de recicláveis, matéria-prima da maioria de seus produtos, para citar apenas alguns: pufes de garrafas pet, peças de decoração e utilitários confeccionados com o mosaico ecológico, peças em jornal entre diversos outros.
Na Guardiões do Mar, entende-se que o órgão mais importante do corpo humano é o bolso e para que tenhamos pessoas oriundas de comunidades menos favorecidas com essas questões é necessário que fique patente o retorno econômico que a reciclagem (para citar um exemplo) trás.
Para que tenhamos matéria-prima em abundância (plásticos em geral, papel, jornais, papelão, etc) é necessário sensibilizar a sociedade como um todo. Empresários e Poder Público são atingidos através de campanhas de comunicação em larga escala e cabe aqui um particular, a imprensa, tanto escrita como televisada tem fundamental importância. Assim abastecemos os Galpões com materiais em escala que justificam a geração de dezenas de postos de trabalho, gerando emprego e renda a partir de “lixo” dos grandes geradores. Para mantermos os empreendimentos que tem no artesanato sua principal fonte de renda, atividades em escolas, palestras, oficinas e exposições são desenvolvidas ao longo de todo o ano. Além disso, visitas orientadas à sede da Ong e dos empreendimentos (cooperativas) envolvem o público, sensibilizando-o a descartar corretamente seu material, selecionando-o e doando para estes grupos e/ou para catadores nas áreas próximas a suas residências.
Ao visitar os Guardiões (em grupos ou sozinhos) alunos, professores, lideranças comunitárias e empresários, vivem a pratica da reciclagem e do reaproveitamento. Percebem in loco., que aquilo que é falado, acontece na prática e podem trocar ideias com técnicos, artesãos e catadores e ver como vivem no dia a dia esses profissionais. Percebem então que um simples ato como separar o seu lixo do que é reciclável, pode ajudar o planeta de forma considerável, diminuindo entupimentos em bueiros, a poluição de rios e mares, aumentando a sobrevida de aterros sanitários e ainda, gerando postos de trabalho de forma descente, permitindo que pessoas/grupos que vivam na marginalidade, possam resgatar sua estima e tronar-se novamente cidadãos.
Fotos da visita de alunos de São Gonçalo e Niterói na sede da Ong, da Cooperativa Modelarte e do Galpão da Cooperativa Recooperar (todas em São Gonçalo). Visita realizada em 20/09/10.
Parabéns. O trabalho da Ong Guardiões do Mar deveria ser seguido pelo Brasil a fora.
ResponderExcluiragradeço a confiança no nosso trabalho. Ele é desenvolvido com mutia seriedade e respeito à sociedade. Quem acom´panha de perto como vcs, pode avaliar muti bem isso. Mais vez, obrigado!
ResponderExcluirParabéns. O trabalho da Ong Guardiões do Mar deveria ser seguido pelo Brasil a fora.
ResponderExcluirCampanhas insistentes tentam promover a reutilização de alguns materiais, mais freqüentemente plásticos, em utilizações artesanais. Exemplo disso são as construções de casas com garrafas PET ou as fabricações de mourões de cerca e bancos com plásticos reciclados. Esse procedimento a meu ver está incorreto. A reciclagem já ultrapassou a sua função de simples redução dos passivos ambientais desses insumos. Embora, com certeza, os passivos ambientais de materiais plásticos ainda abundam em rios, lagos, rua e oceanos; a reciclagem hoje tem uma função maior que é a economia de recursos naturais não renováveis. Logo, quando substituímos na aplicação de um produto - que pode ser fabricado em madeira de reflorestamento - para outro produto fabricado com sobras de materiais plásticos, estamos trocando uma matéria prima renovável e inofensiva na condição de passivo ambiental, por outra que se origina de substâncias fósseis, que findo esse segundo ciclo de vida, tende a voltar ao meio ambiente sem qualquer outra utilidade. Enquanto isso, as fábricas, por exemplo, de refrigerantes continuam consumindo substâncias derivadas de fontes fósseis para distribuírem seus produtos.
ResponderExcluirPaulo Araruna
Publicitário, Pós Graduado em gestão Ambiental e diretor de uma empresa de reciclagem desde 1973.